terça-feira, 13 de maio de 2008

em um recorde modesto do tapete da cidade

daqueles contornados de sansão-do-campo e cerca elétrica, (percebi esta noite) ainda há meninos de brincar nas ruas. e bolas, e bicicletas.

de tanto não se ver mais isso, surpreende-me, além da cena, também os próprios pequenos. e um fato que contradiz certas psicologias sobre sua imaturidade em relação às pequenas:

– Cê gosta de salgadinho?
– Não!
– Não acredito! Meu, Cê tem que aprender a viver nessa vida...
– Ow...
(silêncio) Me dá um pouco disso aí, vai?



sem consciência das limitações de ser criatura, tão pura – e simplesmente – a natureza intui certas urgências.

domingo, 11 de maio de 2008

Um texto descarado.

De tapa, de xingo, de chute na bunda
do corpo pelado.

Lambido, molhado
Lembrado por poucos de todos por cento possíveis
de precisão,

anuviado ao vapor da banheira,
da chaleira no fogão

Óleo fervente, por acidente, na moleira do peão

Fica impresso no ladrilho da ruinha
os contornos do cordeiro canastrão

Enquanto os vasos voadores encomedam sua partida
Deixa o ponto passar

O café amargar
que ninguém mais nessa casa sente fome.

...