terça-feira, 16 de setembro de 2008

a ave magoada

"(...)

Qualquer coisa
pergunta-me qualquer coisa
uma tolice
um mistério indecifrável
simplesmente
para que eu saiba
que queres ainda saber
para que mesmo sem te responder
saibas o que te quero dizer"

Pergunta-me_Mia Couto




P.S.: pela necessidade íntima de me saber presente n'algum canto da sua memória que tão pouco faz questão. com sutileza eu queria, sabe? - e quem não quer, se no fundo é só esse o sentido dos encontros? mas, eu sei. eu sei que a gente também já conversou mil vezes disso ao invés de descobrir um planeta, por exemplo... e você não entendeu na-da!

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Em tempos de aniversário tem o tal do inferno astral. rs*
Quando o melhor dos defeitos e qualidades se intensifica e a gente fica em guerra, fica de não caber em si.

Uma das mensagens de felicidade que leio agora fala das primaveras, das estações e... da ausência se olhando para o que foi e não volta.
Ah... essa vida terrena, repleta de seduções fugazes, de verão e de mau proveito, como se tivéssemos medo de acabar no prejuízo!

Isso me faz pensar nela como uma mulher gostosa, andando pr'o mar. Aquela que bem sabe de si; e que jamais nos permitirá compreendê-la.
Quere-la tão somente, de ver se contentar.

E você pode ser o realismo, o bruto, o sexo.
Ou a bossa-nova, o incondicional...



... Sabe que tenho aprendido muito de amor com essa nossa relação?
Mesmo sabendo que isso ainda acaba em morte.

terça-feira, 13 de maio de 2008

em um recorde modesto do tapete da cidade

daqueles contornados de sansão-do-campo e cerca elétrica, (percebi esta noite) ainda há meninos de brincar nas ruas. e bolas, e bicicletas.

de tanto não se ver mais isso, surpreende-me, além da cena, também os próprios pequenos. e um fato que contradiz certas psicologias sobre sua imaturidade em relação às pequenas:

– Cê gosta de salgadinho?
– Não!
– Não acredito! Meu, Cê tem que aprender a viver nessa vida...
– Ow...
(silêncio) Me dá um pouco disso aí, vai?



sem consciência das limitações de ser criatura, tão pura – e simplesmente – a natureza intui certas urgências.

domingo, 11 de maio de 2008

Um texto descarado.

De tapa, de xingo, de chute na bunda
do corpo pelado.

Lambido, molhado
Lembrado por poucos de todos por cento possíveis
de precisão,

anuviado ao vapor da banheira,
da chaleira no fogão

Óleo fervente, por acidente, na moleira do peão

Fica impresso no ladrilho da ruinha
os contornos do cordeiro canastrão

Enquanto os vasos voadores encomedam sua partida
Deixa o ponto passar

O café amargar
que ninguém mais nessa casa sente fome.

terça-feira, 22 de abril de 2008

"Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa:/ Navegar é preciso; viver não é preciso".

Fernando Pessoa, poeta

E outros missionários, sucessores da mesma ordem de Pompeu, fizeram as vezes de adequar o clássico a metáforas dos novos tempos:

“(...) com o mercado não se discute, adapta-se”.
Max Gehringer, administrador

É impressionante como algumas coisas, mesmo que inadequadas, nunca saem de moda. E eu aqui, um mês depois... Nem imaginas! Ando me ocupando com as tendências.

sábado, 22 de março de 2008

123

sexta-feira, 21 de março de 2008

a atriz Thalma de Freitas responde

à revista TPM #74
O que escolheria ? Nascer inteligente e horripilante ou maravilhosa e anta? Maravilhosa e anta, porque as mulheres inteligentes e horripilantes se tornam cruéis, e as maravilhosas e antas nem percebem. Sorte a minha que eu nasci maravilhosa e me tornei inteligente por mérito próprio, né?! [Risos.]

quinta-feira, 20 de março de 2008

inalgural

por hábito
áspero
havido tivera outro homem
[pra ela

se tivesse por âmbito
outra forma de obsessão

na janela
[ela e ela
do décimo quinto andar

...